quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estudo de Caso: Planejamento Familiar

Durante o primeiro encontro do Planejamento Familiar no CMS Milton Fontes Magarão, uma das usuárias relatou que já havia sido vítima de violência doméstica pelo ex-companheiro com quem chegou a ter um filho, sendo ele envolvido com o tráfico de drogas. Segundo ela, ela tentou várias vezes se separar, mas encontrou muita resistência por parte dele que chegou a seqüestrar alguns de seus familiares para que reatassem a relação. Teve um período em que ele esteve preso e ela o sustentou na cadeia e mesmo assim conseguiu comprar sua casa própria. Quando ele foi solto, foi morar na casa dela, como ela não queria mais manter a relação e ele se recusava a sair de lá, então ela mesma decidiu ir embora. Tempos depois ele foi morto e ela recuperou tudo que era dela. Hoje ela está casada com um outro homem muito diferente do ex-companheiro, afirma ela. 

No segundo encontro, durante a apresentação dos métodos contraceptivos, o atual marido da usuária levantou uma questão sobre quanto tempo o espermatozóide sobrevive fora do corpo, explicando posteriormente que o motivo da pergunta é que eles têm uma amiga homossexual (“que tem nojo de pênis”, segundo eles), mas que deseja ter um filho. Então, para ajudá-la eles estavam pensando e querendo saber se seria possível a amiga realizar uma “inseminação caseira” (recolher o espermatozóide da camisinha e injetar na amiga com uma seringa) ou que a usuária e o marido tivessem relação sexual e na hora da ejaculação, ele ejaculasse próximo a vagina da amiga. 

Será que este homem abriria mão da paternidade ou futuramente irá requerê-la? 
Como ficaria a relação dos três e de uma possível companheira da amiga? 
E a criança? 
Quais as conseqüências que podem ser acarretadas para essa usuária ao sair de uma relação “repressiva” para uma aparentemente “liberal”? 
Como o Planejamento Familiar pode agir nesse caso?

Fonte:
Observação, realizada pela estagiária Luanna Martins, dos encontros do Planejamento Familiar, coordenados pela assistente social Debora Telha, no Centro Municipal de Saúde Milton Fontes Magarão.

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