quinta-feira, 29 de março de 2012

Só o Natal sem fome?




A Campanha "Natal sem fome" é um programa criado pelo Movimento da Ação da Cidadania que tem o objetivo de sensibilizar a sociedade brasileira a fim de gerar dados indicadores sobre a fome no Brasil. Em 2005 foram arrecadados 30 mil toneladas de alimentos para serem distribuídos em todo o Brasil, o que beneficiou cerca de 15 milhões de pessoas. Em 2006, por uma decisão política, a Ação da Cidadania muda o nome da Campanha "Natal sem Fome" para "Natal sem Fome dos Sonhos", pois passa a arrecadar livros infanto-juvenis e brinquedos, denunciando dois sérios atuais problemas social do Brasil: a perda da infância das crianças e da capacidade de sonhar e a inconcebível manutenção de 32 milhões de analfabetos funcionais no Brasil. 

Contudo, é sabido que a fome, isto é, urgência de alimento, não brota apenas em períodos Natalinos, de acordo com IBGE, num levantamento feito entre 2004 e 2009, 65,6 milhões de pessoas apresentavam alguma restrição alimentar ou, pelo menos, alguma preocupação com a possibilidade de ocorrer restrição devido à falta de recursos para adquirir alimentos. Estes dados são revelados pelo levantamento suplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 sobre segurança alimentar. Os Estados nordestinos são os que apresentam maior índice de pobreza do País. O Maranhão é o Estado que apresenta a pior situação: mais de 63% de sua população vive abaixo da linha de pobreza. 

A revista "Isto É" (edição 1727) alega que 6 milhões de crianças morrem por desnutrição a cada ano, a maioria nos países em desenvolvimento, e que as mais recentes estimativas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) indicam que, POR DIA, morrem 25 mil pessoas vítimas da fome e da pobreza. Inúmeros estudos confirmam que a fome trás graves impactos na condição da pessoa para desenvolver suas habilidades e reduz sua produtividade no trabalho. Nas crianças, afeta o desenvolvimento físico e mental, reduzindo drasticamente sua capacidade de aprendizado. A deficiência de iodo, uma das principais causas do retardo mental, é uma ameaça para 1,5 bilhão de pessoas no mundo. A carência de ferro reduz a produtividade dos trabalhadores braçais em torno de 17%. A anemia, sozinha, é capaz de reduzir o Produto Interno Bruto de um país de 0,5% a 2%. Com isso torna-se entendível o que Robert Fogel quis dizer com a frase: "pessoas com fome não conseguem sair da pobreza".

Tem-se dito que com o aumento da população mundial o quadro dessa questão social (fome) vai se intensificar, caso não seja feito algo para aumentar também a produção de alimentos. Mas, meus caros, há algo que é necessário deixar bem claro, apesar dos dados alarmantes em relação ao numero de famintos, a FAO afirma que hoje já se produz mais comida do que o necessário para alimentar a todos! Estima-se, hoje, que haja 2.800 calorias por pessoa, por dia. A mesma organização indica que cada um precisa de 1.900 calorias diárias, o que significa que nossa atual produção consegue dar conta de mais de 10 bilhões de pessoas e somos apenas 7 bilhões, segundo a ONU. Deixando bem claro que ocorre uma concentração e não há uma distribuição justa.

Gráfico extraído do site do IBGE, 
mostra a situação de segurança alimentar em domicílios.

Sabemos que essa "questão social" surgiu quando constituiu-se o Capitalismo Monopolista, e aqui está mais uma foto para demonstrar como se configura a Lei Geral da Acumulação Capitalista. "Enquanto poucos enriquecem, 25 mil pessoas morrem de fome por dia".



Fontes:
íntegras Acessado: 06/04/2012 às 21:35
Isto é independente Acessado: 06/04/2012 às 21:05
Vírus planetário Acessado: 06/04/2012 às 21:17
IBGE Acessado : 06/04/2012 às 21:34
Cidadania em ação II Acessado: 06/04/2012 às 21:53

Nenhum comentário:

Postar um comentário